sexta-feira, 30 de novembro de 2007

Mulheres e homossexuais são foco da campanha

Desta vez, o foco da campanha são mulheres e homossexuais da faixa etária de 13 a 24 anos, grupo mais vulnerável à contaminação, segundo dados do último Boletim Epidemiológico do MS. De acordo com a psiquiatra Carmita Abdo, coordenadora do ProSex – Projeto Sexualidade, do Hospital das Clínicas da Universidade de São Paulo (USP), as mulheres aceitam sexo sem camisinha só para agradar aos homens. “Para o jovem que não tem experiência e teme fracassar, o uso da camisinha aumenta a possibilidade de falha, porque o garoto tem de parar o ato para vesti-la e, neste momento, tem medo de perder a ereção”, explica.

Mas o que a mulher tem a ver com a insegurança do parceiro? “A moça tem receio de, ao solicitar ou exigir que o parceiro use o preservativo, acabe provocando uma quebra no clima das preliminares”, esclarece a psiquiatra, acrescentando que tal situação é comum em casal jovem, quando está começando a atividade sexual. Porém, se todas as garotas mudarem o comportamento e passarem a exigir o uso do preservativo, os parceiros não terão outra escolha, a não ser aceitar e concordar. "É muito importante que as mulheres tenham um grau de consciência e saibam que se o uso do preservativo for um comportamento homogêneo, o rapaz fará disso uma prática e o uso da camisinha estará consolidado", observa.
O mesmo conselho se aplica aos homossexuais. Porém, o que torna a situação preocupante para alguns gays é a pluralidade de parceiros sexuais, o que aumenta o risco de contaminação. Segundo o Boletim Epidemiológico, Salvador é a sétima cidade no ranking nacional de notificações de doenças sexualmente transmissíveis (DST’S) e Aids. Dos 10.999 casos registrados em 2006, 7.224 são indivíduos do sexo masculino, para 3.775 mulheres. Para Marcelo Cerqueira, presidente do Grupo Gay da Bahia (GGB), um dos motivos que levam o gay a dispensar o preservativo da hora da relação sexual tem a ver com a homofobia e a intolerância da sociedade.
Na opinião de Marcelo, “as interdições que os gays enfrentam no cotidiano fazem com que eles, em relação ao sexo, entrem em um processo de desrepressão sexual selvagem e dispensem o preservativo na hora da relação”. Como combate à postura cultural de muitos homossexuais em relação à camisinha, o presidente do GGB defende que as ações de combate à AIDS sejam vinculadas ao combate à homofobia e resgate da cidadania da população GLBT.
Por outro lado, nem todo gay “libera geral” quando o assunto é sexo sem proteção. O funcionário público Patrício Rocha[1], hoje com 33 anos, teve a primeira transa aos 21 e de lá pra cá, declara ter usado camisinha em todas as ocasiões, à exceção de duas. “A primeira vez aconteceu com uma pessoa por quem estava apaixonado há quase dez anos. Quando a oportunidade surgiu, não pensei duas vezes. Daí me perguntei: faço sem ‘camisa’ ou continuo esperando por mais dez anos? [risos]. A segunda vez rolou com um carinha bem sexy e como eu estava carente, topei fazer, mesmo sabendo dos riscos”, confessa Patrício, que, reconhecendo o vacilo cometido, faz exames periódicos para se certificar se tudo segue bem com a saúde.
O engenheiro Ricardo Lula, 25 anos, perdeu a virgindade aos 13 com uma mulher mais velha, e é outro que declara usar o preservativo em “todas” as relações. “Depois da última vez que tive relação sem camisinha, fiz um teste”, afirma Ricardo, que aponta a quebra do clima das preliminares e a diminuição do prazer como principais motivos que o levou a dispensar o uso do preservativo. “É literalmente como chupar bala com papel”, exclama.
Patrício e Ricardo retratam o perfil de muitos brasileiros, que declaram usar o preservativo, mas uma vez ou outra abaixam a guarda. Isso evidencia que ninguém está 100% seguro, uma vez que situações como as mencionadas acontecem diariamente com a maioria das pessoas, independente de ser solteiro(a) ou casado(a), homossexual ou heterossexual. Uma única vez sem camisinha pode ser o suficiente. Assim, para efeito de prevenção do HIV, o que importa é transar de forma segura.
Nota: [1] O nome foi mudado a pedido da fonte.

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Neste blog você encontrará um pequeno acervo dos trabalhos e textos que desenvolvi para algumas disciplinas do curso de Jornalismo, bem como comentários, críticas e reflexões sobre assuntos da atualidade. Seja bem vindo!

Porque Lamberth

As pessoas me perguntam o porquê do sobrenome Lamberth, uma vez que o mesmo não integra o meu nome oficial, Lázaro Britto dos Santos. Pois bem, Lamberth surgiu da brincadeira de uma amiga que, por gozação, só me chamava de Lázaro Lamberth. A brincadeira pegou, a sonoridade combinou e em decorrência, fiquei mais conhecido pelo sobrenome Lamberth do que Britto. Além disso, adotei o Lamberth devido ao enorme carinho que tenho pela madrinha do mesmo.

Indicação da Semana

"A Nova Mídia", de Wilson Dizard. Vale a pena!!!

Devo mudar o nome do meu blogger?


Um Pedaço de Mim

UM PEDAÇO DE MIM é uma Biografia de Auto-ajuda com 127 páginas que escrevi em 2003 sobre minha experiência na luta contra um tumor maligno no joelho. Na época, fui operado e tratado no Hospital Aristides Maltez (de Salvador-Bahia), pelos médicos Alexandre Machado Andrade (especializado em Ortopedia Oncológica) e Maria Giselda N. Rocha (especializada em Oncologia Clínica). Hoje, após anos de lutas e vitórias, encontro-me curado e meu interesse em passar para o papel minha experiência foi pelo simples desejo de usá-la para orientar e encorajar outros que estejam lutando contra o câncer.

Veja o release da obra abaixo:


Por Neuza Leite

Um Pedaço de Mim é um livro simples, de autoria amadora e produção independente. Conta a história de um jovem que, aos 19 anos, descobriu um tumor ósseo no joelho. A obra mostra de forma clara e realista que a vitória sobre o câncer ainda é algo imprevisível, pois, ainda existem algumas formas da doença em que bem pouco pode ser feito, apesar do grande avanço da medicina em diagnosticar e tratar o paciente.

Por outro lado, quando se trata de nossa vida, toda e qualquer batalha sempre vale a pena! Esse senso de valorização pelo que de direito é nosso, é justamente o que o autor procura passar para seus leitores – e de certo modo – ele atingiu seu objetivo, pois seu livro ensina-nos de forma ímpar e magistral, como amadurecer com as adversidades, a enfrentar as perdas, as deficiências e os contratempos que uma enfermidade nos apresenta.

Um Pedaço de Mim revela-nos seus métodos utilizados no combate à doença, bem como o que ele sugere de natural, espiritual e psicológico a uma pessoa que esteja lutando ou auxiliando "entes queridos" na luta contra esta implacável doença. O livro é composto também de cinco anexos que relatam um breve histórico do câncer; como surge, principais tipos, causas, fatores de risco, prevenção e formas de tratamento médico e psicológico aos pacientes afligidos pela doença.
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